Minicursos







1 - Afetividade na relação professor-aluno

Ministrante: Alexandre Britto Pereira (Psicólogo e mestrando em Psicologia - UFMG)

Resumo: A afetividade, como tem sido comumente divulgada e pensada, diz da condição do sujeito de gostar ou não, de se aproximar ou se afastar de algo ou alguém. Considera-se que a Afetividade é uma manifestação do "gosto pessoal" de cada um. Desta forma, a Afetividade é colocada como uma decisão individual, permeada por suas experiências vividas e escolhas realizadas. Cada ser humano escolhe, portanto, aquilo que gosta ou não gosta, aquilo a que tem afeto ou não, aquilo que o faz se aproximar ou se afastar.  A proposta, portanto, é pensar o Afeto, a Afetividade, a Atividade do Afeto não apenas no direito de escolha sobre o que se gosta ou não, mas como resultante do tipo de relação que é estabelecida com um objeto ou pessoa. É no encontro com o outro que surge o afeto! Desta forma, o tipo de afeto está diretamente ligado à forma como o encontro com o outro acontece e é mantido. O gostar ou não gostar, o aproximar-se ou o afastar-se depende não somente das memórias e experiências vividas de cada um, mas principalmente da qualidade do encontro entre sujeitos ou entre sujeito e objeto. O objetivo específico deste mini-curso é apresentar a inserção desta discussão no diálogo com 1) a Educação, mais especificamente na relação professor-aluno, apontando novas possibilidades de estratégias relacionais em sala de aula e nova compreensão sobre o fenômeno ensino-aprendizagem para os professores; e 2) nas relações familiares, no que tange ao posicionamento dos pais diante das dificuldades relacionais vivenciadas com seus filhos ou companheiros.Pensar  a Afetividade como fruto de um posicionamento frente ao mundo, frente ao próximo, nos faz repensar nossa postura, nossa qualidade de posicionamento; abre novas possibilidades de trabalhar nossos Afetos e os afetos de outros que encontramos em nossas vidas. A Afetividade emerge da qualidade de relação que estabelecemos com o outro e está ligada à uma gama de valores culturais e pessoais que construímos com as experiências vividas.
Vagas: 30
Pré-requisito: nenhum.


2 - Adoção: a gestação do amor

Ministrantes: Ms. Ana Mafalda Guedes Cabral Courinha Vassalo Azôr
                      Ms. Marina Azôr Dib (UNIUBE)

Resumo: A adoção de crianças maiores apresenta um processo particular, diferente da adoção de recém-nascidos. Há neste tipo de adoção o período de adaptação da criança, ou adolescente na família adotiva. Todos os casos e situações contêm sua especificidade e subjetividade, porém podemos elencar, como é descrito na literatura, fases comuns no decorrer da adaptação destes filhos adotivos. Este minicurso tem como objetivo apresentar estas fases de adaptação que ocorrem no processo de adoção de crianças maiores. Será apresentado conceitos sobre a adoção, a evolução da legislação Brasileira sobre o assunto, assim como o processo de adaptação e as fases comuns que esta apresenta. Abordar-se-á também o papel dos pais adotivos neste processo e a importância desses apropriarem- se da maneira como compreendem e lidam com o amor, a história de vida dos filhos e as motivações que favorecem o desejo de adotar. O auxílio dos grupos de apoio à adoção, a importância do psicólogo e os procedimentos adequados, antes, durante e após a adoção de crianças maiores também são tema do minicurso. Ainda existem muitos mitos e preconceitos sobre este tipo de adoção. Contudo observamos avanços na legislação atual, o que suscita a busca pelo conhecimento específico deste tema pelos órgãos competentes e profissionais que atuam nesta área, possibilitando uma maior preparação e acompanhamento para as famílias adotivas, maior agilidade no processo de adoção e o direito à convivência familiar de crianças e adolescentes.
Vagas: 40
Pré-requisito: profissionais e estudantes a partir do 5° período.


3 - Sistema micro didático e estratégia de aprendizagem: contemplações sobre a instrumentalização de formadores

Ministrante: Dr. Celso André de Souza Barros Gonçalves (UNITRI)

Resumo: De meados da década de 70 até os anos 90 Guy Brousseau publica uma série de trabalhos científicos e achados de pesquisa que viriam compor a sua Teoria de Situações Didáticas, publicada em 1997. Hoje às vésperas de completar seus vinte anos de publicação, esta teoria compõem, segundo Nicolas Balacheff, um dos quatro pilares da escola de didática de matemática francesa junto à Teoria Antropológica do Didático (Yves Chevarllard), a Teoria dos Campos Conceituais (Gérard Vergnaud) e o conceito de obstáculos epistemológicos (Gaston Barchelard). No avanço do movimento da didática de matemática, emergem em seguida a didática de ciências e a didática profissional. Surge assim a Didática, uma disciplina científica que reivindica a sua independência da psicologia e principalmente da pedagogia. Uma área dedicada exclusivamente à relação ensino-aprendizagem e que toma esta relação por  objeto de estudo. Este movimento partilha com as outras disciplinas científicas o Zeitgeist sistêmico e busca compreender os fenômenos num quadro de complexidade e integralidade. Mas como estabelecer um diálogo entre a Psicologia e a Didática? Epistemologicamente, algumas pontes possíveis entre estas duas disciplinas passam pelo viés da sistêmica, por exemplo, a Teoria Geral de Sistemas e a Teoria Histórico-Cultural. Através destas pode-se encontrar um suporte para realizar transposições de alguns princípios. Encontramos aqui um terreno rico para a interdisciplinaridade, na qual se estabelece uma interface para a colaboração entre cientista de diversas áreas. O bem comum seria, neste caso, a formação de sujeitos que darão manutenção às diversas instituições da sociedade. A micro didática de Brousseau nos oferece uma modelização de situações de aprendizagem. Em princípio, trata-se de aprendizagem de matemática, mas enquanto sistema pode ser estendido e generalizado para a aprendizagem de diversas disciplinas científicas, além da formação profissional. Aqui entramos em um terreno fértil, pois a micro didática encontra as novas tecnologias no contexto de estratégias de aprendizagem. Entretanto, neste terreno de produção de conhecimentos, precisamos nos debater contra os efeitos perversos da mecanização das situações de aprendizagem e o empobrecimento do métier de ensino por fenômenos de uberização ou distorções de princípios transhumanistas como o de ser humano aumentado. Não se trata de proletarização do professor ou de aumento de desempenho do aprendiz, mas de instrumentalizar o formador com ferramentas que favorizem a devolução de problemas e que favorizem a apropriação de problemas do lado do aprendiz. Trata-se de buscar ideais de humanização na relação ensino-aprendizagem através de propostas de situações favoráveis à formulação e institucionalização de saberes e práticas. Do ponto de vista científico, encontramos espaços para criação e refinamento de técnicas e instrumentos que viabilizem uma modelização de situações de aprendizagem, sejam elas em nível escolar ou profissional, seja para aprendizagem formal ou treinamento. Este território precisa de psicólogos e sua presença deve ser reivindicada. A psicologia escolar, a psicologia educacional e a psicologia do desenvolvimento podem contribuir para esta humanização.
Vagas: 30
Pré-requisito: profissionais e estudantes de Psicologia


4 - Constituição da personalidade do adolescente e práticas em Psicologia Escolar numa perspectiva histórico-cultural

Ministrante: Ms. Cláudia Silva de Souza (ESEBA-UFU)

Resumo: Compreendendo a personalidade como nível superior de organização da subjetividade e relacionando-a aos processos de desenvolvimento humano, o trabalho do psicólogo escolar junto ao adolescente parte destes pressupostos, visando contribuir para a formação da personalidade dos estudantes. A perspectiva histórico-cultural tem questionado a visão hegemônica, que restringe o conceito de adolescência a uma categoria homogênea ou abstrata, uma vez que leva em consideração a sua constituição histórica e social. Sob este enfoque, é preciso compreender as singularidades presentes em adolescências diferentes, pois existem distintas formas de vivenciar a condição de ser adolescente, variando conforme a classe social, o gênero, a raça e o contexto histórico-cultural no qual os adolescentes se situam. As regularidades da adolescência se apresentam como tendências do desenvolvimento psicológico e permitem estabelecer os limites das idades, sem desconsiderar que tais regularidades se expressam no sujeito individual de maneira particular e irrepetível, a depender de vários fatores, dentre eles, as condições educacionais do sujeito, as aquisições psicológicas alcançadas em etapas anteriores e, principalmente, a forma do sujeito se apropriar das influências externas e construir a sua própria subjetividade. Nesse sentido, apresentamos algumas práticas em Psicologia Escolar que levam em consideração as principais características psicológicas que constituem a adolescência, a partir dos sistemas de comunicação, da atividade de estudo, do desenvolvimento cognitivo e afetivo-motivacional dos adolescentes.
Vagas: 20
Pré-requisitos: cursar Psicologia a partir do 5º período ou Pedagogia a partir do terceiro ano.


5 - Teorias, Ferramentas e Técnicas na prática do Psicólogo Escolar/Educacional

Ministrante: Dr. Dener Luiz da Silva (UFSJ)

Resumo: Partindo de um modelo de Psi. Escolar/Educacional ancorada nas perspectivas institucionalista, humanista (Rogers), fenomenológica (Hurssel, Stein, Giussani) e Psi. da Pessoa Concreta/Completa e Contextualizada (Wallon), pretende-se apresentar um "Banco" de teorias, ferramentas, técnicas no fazer/prática do Psicólogo em contexto escolar/educacional. Discutir sobre alguns dos instrumentos de avaliação, diagnóstico e intervenção de modo que se verifique suas bases teóricas, atribuição de valores, validade e especificidade dos mesmos, favorecendo uma tomada de posição crítica. Propor novos instrumentos, de modo especial no domínio dos jogos, que derivem de demandas explícitas e implícitas, podendo ser auxiliares na prática do psicólogo escolar/educacional.
Vagas: 40
Pré-requisito: nenhum.


6 - O papel do psicólogo escolar na assistência socia

Ministrante: Júnia Lúcia Pena de Andrade  (Analista de Políticas Públicas/Psicologia da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte)

Resumo: Corrobora-se o pensamento de alguns pesquisadores da área de Psicologia Educacional e Escolar de que, o psicólogo escolar é o psicólogo que, em qualquer lugar ou situação, atua com as questões da educação e escola. Assim, o presente mini-curso irá tratar do papel do psicólogo escolar no âmbito da Assistência Social. A política pública da Assistência Social, além de realizar e promover ações específicas da sua área, necessita também da articulação com uma rede de serviços que promovem o acesso aos direitos e exercício da cidadania do público atendido, ou seja, na perspectiva das políticas intersetoriais. Assim, a Assistência Social tem como público-alvo, dentre outros, crianças e adolescentes que vivenciam vulnerabilidades sociais e violações de direitos também no âmbito educacional ou escolar. Nesse contexto, a política de educação e a escola enquanto espaço social, se apresentam como contextos sociais que ora contribuem para uma maior vulnerabilidade dessa criança ou adolescente, mas ao mesmo tempo podem ser um espaço importante para fortalecimento do sujeito. Para tal, a educação e, especialmente a escola, deve se ater aos elementos psicossociais que perpassam o sujeito para além da sala de aula. A escola enquanto espaço de vivências ativas do sujeito é um lugar que pode possibilitar reflexões e ressignificações. Dessa forma, é importante uma interlocução dos profissionais psicólogos que atuam na Assistência Social, Saúde e Educação, de forma a articular essas diferentes políticas públicas para que não se incorra em erros como o de diferentes e díspares intervenções com mesmo público-alvo. O psicólogo inserido na Assistência Social necessita do diálogo direto com as outras políticas e, também, a Educação. Porém, muitas vezes, esse diálogo é dificultado. A sensibilização do ambiente escolar para receber um público estigmatizado e possibilitar intervenções positivas e transformadoras se torna uma prática constante da Assistência Social, em especial do psicólogo. Esse mini-curso assim, tem como objetivo instrumentalizar os psicólogos e/ou futuros psicólogos que ingressando nas políticas públicas diversas da Assistência Social possam entender o trabalho de forma multifacetada e articulada com as outras políticas, e especialmente, exercendo seu papel de psicólogo escolar, atentando-se para as dimensões da aprendizagem e desenvolvimentos dos sujeitos em situação de vulnerabilidade social e/ou violação de direitos. 
Vagas:20
Pré-requisito: psicólogos e alunos a partir do 4º período de graduação.


7 - Atuação do psicólogo no contexto escolar: entre o ideal e o possível

Ministrante: Dra. Lucianna Ribeiro de Lima (ESEBA-UFU)

Resumo: A Psicologia Escolar é considerada como um campo de atuação que articula várias dimensões do processo educacional: individual, social, institucional, ético-político e cultural, em que contradições e conflitos se apresentam concretamente. Se de um lado encontram-se as demandas dos sujeitos e grupos que constituem esse universo, de outro, apresentam-se as condições e possibilidades de intervenção do psicólogo escolar frente à realidade encontrada. Portanto, torna-se essencial refletir e socializar práticas do psicólogo escolar envolvendo diferentes atores da escola, considerando uma análise crítica dos fenômenos educacionais e da realidade social em que estes sujeitos estão inseridos. Pretende-se, ainda, ampliar a compreensão do fazer em psicologia escolar no interior da escola, numa perspectiva crítica, por meio da reflexão da práxis do psicólogo, não como mera atividade da consciência humana, mas como atividade real e objetiva do psicólogo no contexto escolar. Com base em pesquisas relacionadas à atuação do psicólogo em escolas, bem como em experiências vivenciadas pela proponente do minicurso, serão abordadas as principais demandas ao trabalho do psicólogo na escola, os desafios enfrentados e possibilidades de atuação que possam auxiliar os participantes na identificação e criação de recursos favoráveis ao desenvolvimento de práticas críticas e inovadoras em Psicologia Escolar e Educacional. Ressalta-se a importância de apresentar caminhos que relacionam teoria e prática, com o intuito de evidenciar contribuições da Psicologia Escolar e Educacional em seu compromisso social com a escola e a responsabilidade por lutar pelas transformações que visem ao alcance da qualidade da educação brasileira. 
Vagas: 20
Pré-requisito: profissionais e estudantes de Psicologia a partir do 4º período ou de áreas afins.


8 - A tendência antissocial na perspectiva do psicanalista D. W. Winnicott e o debate sobre a indisciplina na escola

Ministrantes: Dra. Maria José Ribeiro (UFU)
                      Mestranda Danúbia Martins Teixeira (UFU)

Resumo: Constata-se de modo crescente queixas escolares relacionadas à agressividade entre os alunos, assim como diversos atos considerados indisciplinados, já que destoam do que a escola considera pertinente ao contexto escolar. A proposta deste minicurso é apresentar, em linhas gerais, contribuições da Teoria do Amadurecimento Emocional de D. W. Winnicott, em interface com a Psicologia Escolar Crítica, buscando abordar conceitos que ajudem o trabalho do psicólogo no que se refere ao modo se de lidar com a indisciplina na escola. Consideramos fundamental refletir tanto sobre a tendência da escola em culpabilizar os alunos e suas famílias pelos desdobramentos de um ensino ruim como sobre as dificuldades dos educadores em compreender o que os alunos estão comunicando por meio dos atos antissociais e diferenciá-los de reações saudáveis a um ambiente desfavorável para se crescer. A teoria winnicottiana do amadurecimento emocional humano tem como pressuposto básico o fato de que o desenvolvimento emocional constitui um processo de amadurecimento pessoal baseado na acumulação e integração de experiências. O indivíduo herda uma tendência à integração, efetivada apenas mediante um ambiente facilitador que só pode ser fornecido por um outro ser humano. A  tendência inata à integração significa uma tendência humana ao crescimento físico e psicológico, com base na continuidade na linha da vida, e que conduz a uma totalidade, a um sentimento de EU SOU, pelo qual cada um terá que se responsabilizar no devido tempo. Na teoria de Winnicott, a tendência antissocial está relacionada a uma falha de sustentação do ambiente quando a criança já conseguia distinguir o eu do não-eu: houve, então, uma “deprivação”: o ambiente que inicialmente atendeu o bebê já não se encontra estável o suficiente para ajudá-lo a tolerar as tensões advindas do período do concernimento. Quando a criança sente esperança, começa a agir de um modo que perturba o ambiente no sentido de que ele se volte para ela e, assim, possa testá-lo em sua força e permanência. Se o vazio que a criança sente é preenchido pela provisão ambiental, ao invés das atitudes perturbadoras aparece a antiga relação satisfatória com o ambiente. Entretanto, não é pela educação moral que se poderá ajudá-la, e sim pela experiência humana do afeto aliada a uma “moldura” que delimite bem as possibilidades de alcance dos seus impulsos.  Os professores estão sempre às voltas com alunos emocionalmente carentes, que apresentam muita indisciplina justamente à medida que passam a receber atenção das pessoas, o que parece incompreensível a todos.  Nesses casos, a indisciplina é um sinal de esperança – a de que o ambiente permaneça constante, amoroso mas firme o suficiente para não sucumbir aos ataques da criança. Muitas dessas situações são uma verdadeira prova para a instituição escolar, que estará contribuindo de modo inestimável para a sociedade quando consegue permanecer junto a tais alunos, fornecendo uma estabilidade que permita o seu desenvolvimento, já que a delinquência é o resultado final em indivíduos que não foram atendidos pela sociedade quando ainda apresentavam tendência antissocial e, portanto, tinham esperança.
Vagas: 30
Pré-requisito: estudante de Psicologia ou áreas afins, a partir do 4º período.


9 - O papel do psicólogo escolar junto às questões étnico raciais

Ministrante: Suely Virgínia dos Santos (Mestrado em andamento em Psicologia – UFMG)

Resumo: Esse minicurso diz respeito à importância da participação da Psicologia, sobretudo da Psicologia Social, na formação de professores/as para a implementação das Leis de números 10.639/04 e 11.649/08. A primeira Lei determina o ensino das histórias e culturas da África e ainda, da cultura afro-brasileira, enquanto que a segunda obriga o ensino das histórias e culturas indígenas. Entretanto, apesar dos reais esforços de muitos/as educadores/as, até hoje, a implementação dessas duas políticas públicas apresenta-se como um grande desafio. Isto porque, tudo o que se refere aos indígenas e aos negros no Brasil remete ao preconceito racial, religioso e cultural e, obviamente, evidencia aspectos psicossociais difíceis de serem administrados pela docência e direção das escolas. Este minicurso é, portanto, uma proposta de reflexão sobre o quanto que a Psicologia pode contribuir, no sentido de que esses desafios sirvam de trampolins para que os/as discentes e suas famílias, bem como os/as próprios/as professores/as e gestores/as se compreendam como sujeitos capazes de se ressignificarem em função do respeito mútuo, da garantia de direitos e da liberdade que cada pessoa precisa ter, para exercer a sua cidadania.
Vagas: 40
Pré-requisito: nenhum.


10 - O desenvolvimento humano segundo as proposições da Teoria Bioecológica

Ministrante: Wanderlei Abadio de Oliveira (USP - Ribeirão Preto)

Resumo: A Teoria Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano é resultado de estudos e pesquisas do psicólogo russo radicado nos Estados Unidos Urie Bronfenbrenner (1917-2005). As principais contribuições da teoria são alicerçadas na visão paradigmática sobre a necessidade de se mudar de perspectiva nas concepções da psicologia do desenvolvimento, incluindo nelas as influências contextuais e sociais para o desenvolvimento humano, e as inquietações sobre a construção de pesquisas/investigações/estudos capazes de subsidiar políticas públicas. Sumariamente, as influências do contexto no desenvolvimento foram esboçadas num modelo composto por cinco dimensões: individual; microssistema; mesossistema; exossistema; e macrossistema. A dimensão individual se refere às características genéticas, biológicas e de personalidade da pessoa em desenvolvimento. Já as influências mais diretas estão dentro do microssistema que é composto por pessoas e grupos com os quais a pessoa em desenvolvimento interage diretamente (por exemplo, casa, escola etc.). No nível do mesossistema estão as inter-relações entre dois ou mais microssistemas, sendo que em cada um deles está inserida a pessoa em desenvolvimento. O exossistema corresponde ao nível em que eventos ocorrem em ambientes em que o indivíduo não está necessariamente inserido, mas o influenciam. É um nível composto por interações entre duas ou mais microssistemas, mas a pessoa em desenvolvimento está presente em apenas um deles, por exemplo. Por fim, o sistema de crenças, culturas e as estruturas sociopolíticas compõem a dimensão de macrossistema que afetam as condições particulares e processos que ocorrem nos microssistemas, influenciando significativamente no processo do desenvolvimento humano. Diante dessa síntese, objetiva-se com essa proposta 1) apresentar a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, com ênfase nos processos proximais (determinados pelas interações entre as características da pessoa em desenvolvimento, o contexto e o tempo) e nos parâmetros do contexto ecológico (microssistema, mesossistema, exossistema e macrosistema), e 2) discutir eventuais aplicações práticas e de pesquisa dessa estrutura teórica. No encontro será utilizada a estratégia metodológica dos mapas conceituais, que favorecem a aprendizagem significativa. As proposições da Teoria Bioecológica serão os temas gerados da ação pedagógica adotada. As atividades propostas serão organizadas em diferentes momentos: i) dinâmica de interação e apresentação dos participantes; ii) levantamento das concepções prévias dos estudantes sobre os temas geradores (poderá ser utilizado um resumo disparador); iii) exposição dialogada dos conteúdos relacionados aos temas geradores; iv) listagem de palavras soltas para construção de um mapa conceitual; v) construção coletiva de um mapa conceitual. A avaliação e acompanhamento da aprendizagem dos participantes serão verificados por meio do desenvolvimento da estratégia pedagógica adotada (mapas conceituais).
Vagas: 20
Pré-requisito: nenhum.